provar da real felicidade sempre foi muito complexo, ao meu ver.
os obstáculos sempre pareciam maiores que a minha capacidade de passar sobre eles, as ilusões sempre mais intensas e as vezes a falta que eu sentia de algo, ou de alguém atrapalhava ainda mais a minha caminhada! seguia em frente, sempre de cabeça erguida, mas era como se estivesse vendada e não pudesse enxergar um palmo diante dos meus olhos. ser cega era sempre tão difícil, porém era o que eu mais fazia em épocas de paixões não correspondidas. recebia avisos sobre os perigos de me envolver demais, de amar demais, de ser viciada em algo ou até mesmo alguém. porém me entorpecia ao olhar dentro de uns olhos que me chamavam a atenção, ou ao perceber cada detalhe de um sorriso que me abriam. era tão inocente que não via em ninguém a capacidade de fazer sofrer. e talvez, por esse motivo insistia em me chamar de cega. ainda que enxergasse.. era incapaz de acreditar na tal maldade do mundo, que estava na minha frente, debaixo do meu nariz e eu pouco podia perceber! abrir os olhos era sempre a tarefa mais difícil, e passei anos e anos tentando faze-la até que um dia, depois de milhões de tentativas sem sucesso, eu consegui, fiz o meu trabalho que era muito simples.. mas ao mesmo tempo assustava, até porque acreditar que só você não vê o que está errado nunca foi o meu forte e me adaptar à ideia de que o mundo pertence aos mais espertos, aos mais ligados, aos mais realizados era ainda mais complexo do que perceber a felicidade existente dentro de mim. porque eu não me sentia completa, pelo contrário.. me sentia vazia por esperar que alguém viesse me fazer feliz, por não acreditar que eu mesma podia realizar o meu sonho que sempre se chamou: felicidade.
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