Coração acelerado, correndo contra o tempo que parece correr contra nossa vontade. Somos amantes do amor e nos amamos, com toda a força existente. A sintonia proporcionada parece surreal, como as observadas em filmes de romance: amor a primeira vista, complicações e um final feliz. Parece mentira, não é? No entanto, é real. Uma armadilha foi formada e nós caímos, por sorte. Almas gêmeas se descobrem e o amor acontece como em comédias românticas de primeira: num dia comum, nada de chuva, nada de especial, apenas o dia, a hora e o local correto. Mistura-se o drama. E talvez o suspense. Qual será o final?

O final? Deixa pro destino.

Dez segundos.

Repentinamente, seu coração congela. Não bate, não se move, não pulsa quando você pensa em determinado nome. Sua mente para, passando a não procurar razão nenhuma para tal estresse, tal sensação "anti-sentimento". São sintomas de uma doença incurável, mas não tão duradoura. Durante dez segundos passam-se milhões de pensamentos irracionais e magnificamente dolorosos por sua cabeça. "Chega, eu já não quero mais te ver agora". "Vem, fica perto de mim". "Vai, a porta esteve aberta o tempo todo, sai". "É amor demais, é coisa de Deus".

Mistos. Bipolares. Insensíveis. Irremediáveis.

Confusão formada. Querer ou não? O poder de escolha nem sempre é favorável. A situação pede calma, controle e o inconsciente traz para o consciente todas as dores dos prós e dos contras. Tudo ao mesmo tempo. Tudo ao mesmo tempo. Tudo ao mesmo tempo. Como numa repetição incessante, as marteladas de dor de cabeça, ritmadas, destroem o sentimento de alívio. Os intervalos se acabam, deixa de parecer repetição, parece sequência. Lentíssimo, lento, médio, rápido. Rápido. Rápido. Tão rápido e repentino quanto a sensação do coração congelado dentro de seu peito.

Tudo em dez intermináveis segundos.

Mãos trêmulas e gélidas, parece-se com aquele nosso "primeiro" encontro. Sinto como se a primavera estivesse em seu auge, flores.. É só o que enxergo. E estamos em pleno outono! Como posso ser tão humana e racional, porém tão emocionalmente abalada, boba, tola? Parece ser amor.. Quem sabe? Talvez seja.

Recomeçar.

Outro ano se acabando. Mil coisas se acrescentando em sua história de vida, mil coisas deixadas para trás. Leve consigo o que de bom, você experimentou. Mas deixe todas as decepções e fraquezas. Essa é a chance de recomeço, aproveite-a.

Olhe ao seu redor, você sente medo? Insegurança?

Se sim, esse não é o lugar onde você deveria estar nesse exato momento.

Deixá-los ir.

Nossa vida segue um ciclo. Nascemos, crescemos, reproduzimos, envelhecemos e morremos.

Durante cada uma das etapas acima, conhecemos e nos envolvemos com pessoas que podem ser muito diferentes, ou até mesmo idênticas a nós. Isso é muito aceitável por estarmos acostumados com a diferença e mais ainda com a igualdade. O problema está em reconhecer que uma hora ou outra, esse mundo de gente que passa por nossa vida, terá de ir embora. Teremos de deixá-los ir, com lágrimas nos olhos e uma dor imensa no coração. Na teoria, também estamos acostumados com essa movimentação.. Mas e na prática?

'Incrível como o seu cheiro fica impregnado em minha roupa, ou então em minhas mãos quando andamos por aí com as duas coladas. Incrível o seu jeito de olhar e sorrir e a sua capacidade de fazer o mundo andar mais devagar ou mais depressa conforme a sua vontade. Você me faz sentir assim. Como se o mundo acabasse a cada beijo. Como se o tempo não passasse a cada espera. Como se o meu coração fosse pular pra fora do meu corpo. Como se eu não pudesse mais viver sem você. Como se você fosse a minha vida agora.' - B. Andreolli.